sábado, 30 de julho de 2011

:: No meio fio da calçada da estrada ::


Tem horas que parece que os ponteiros do relógio desataram a correr e me esqueceram lá atrás...
Mas não tem problema, um dia eu os alcanço...
E sem me arrepender de ter parado em um meio fio qualquer para poder pensar na vida e, com calma, colocar as coisas no lugar...
Estive longe de mim por alguns dias, e, para ser sincera, isso muito me fez bem...
Pude me reconhecer sentada naquela calçada, tentando aprender a ser alguém na vida...
Pude me perceber nas linhas das estradas e desafiar meu medo de ser eu sozinha...
Ah, sim! Essa é a parte que poucos sabem...
Tenho medo de me ser... Sozinha...
É tão mais seguro quando há uma mão agarrada à nossa...
Mas entendi que a solidão é preciso...
Ela nos faz fortes, maduros e seca algumas lágrimas...
E lá no meio fio da calçada da estrada, me vi ao longe andar...
Parecia ser difícil ser eu...
Quando de repente, vi que em cada pegada deixada pelos meus pés havia um conto...
Curiosa que sou, sem me perder de vista, comecei a ler cada linha deixada por mim mesma...
E ali por horas fiquei... Me vendo e me lendo...
Terminei o dia exausta... Mas apaixonada por minha história!
Essa sou eu, aprender a "me ser"!!!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

::Quando deixei de tentar entender::

Dos dias da minha vida que eu deixei de tentar entender, entendi que no grande final de tudo o que nos move e nos faz ser ao menos um pouco mais humano o que prevalece é o amor.
O amor por tudo o que nos rodeia! É aquela chama que aquece nosso peito por dentro e nos faz sentir aquela vontade de ir além...
Além de nós mesmo, além da superficialidade, além do relativismo...
E, inconscientemente, é o que todos, sem nenhuma exceção, buscamos incansavelmente.
Até o mais psicopata, o mais frio de sentimentos, é movido pelo amor, ou pela carência dele.
A carência do amor torna-se o avesso do amor... Que na verdade é a ânsia pelo amor!
Confuso né?!
Talvez por isso o amor nos seja tão caro... De tão precioso!
De tudo o que eu deixei de tentar entender, entendi que tudo o que preciso é deixar o amor me levar, que então eu posso até me perder em algum lugar do caminho, mas com o amor me será mais fácil voltar...
Quando eu deixo o amor me mover, posso até errar, mas na certeza de ter tentado acertar...
Entendi que posso amar até mesmo o café que faço de manhã, o bom dia que ganho de um desconhecido, o cachorrinho do amigo que faz festa quando eu chego...
Entendi que devo amar principalmente quando alguém é rude comigo, quando alguém atravessa meu caminho de uma forma que eu não desejava...
O amor é uma extensão de nós, é o que nos move, é o que os dá vida...
Mesmo sem entender todos os mistérios que envolvem o amor, eu entendo que eu quero aprender a amar sem julgar, sem cobrar, sem esperar demais...
Entendi que nem todos os dias eu vou fazer um café no ponto, amanhã ele pode estar fraco, ou forte, mas que isso não me deixe tire a vontade de tomar café!
E por falar em café, que a fé nunca seja pouca também, pois o amor precisa dela!
Um dia, na angústia de tentar entender tudo o que me cerca e tentar entender o sentido de tudo o que me move, eu entendi que não preciso entender o meu lugar para amar a minha história, para amar o meu próximo, até mesmo quando ele não está próximo a mim.
E hoje eu deixo de querer entender, pois já entendi muito mais do que precisava realmente....
Agora me basta aprender...
A amar!

terça-feira, 24 de maio de 2011

:: Ei, é comigo? ::

Se até os mais preparados temem, o que O fez achar que eu daria conta?
Quem pensa que eu sou?
Eu sou aquela que estava do outro lado...
Sou aquela que nem sabia rezar...
Sou aquela filha relapsa...
Aquela que não tem paciência...
Aquela que não sabe sentir dor...
Aquela que tem pouca fé...
Sou aquela que sempre se perde pelo caminho...
Aquela que nem sabe por onde trilhar...
Sou aquela que não sabe dançar...
Aquela que não sabe ficar em silêncio...
... Que tudo tem que gritar...
Sou aquela que um dia se cansou de tudo...
E foi pra longe...
Por que foi tão longe me chamar?
Se já sabia o tanto que eu iria questionar... 
O tanto que eu iria duvidar...
Por que foi me buscar?
É que no fundo eu continuo aquela...
Aquela que não sabe andar...
Aquela que tem medo de errar...
Aquela...
Apenas aquela...


"Dançava a bailarina torta" ♪♫

sexta-feira, 6 de maio de 2011

:: Porque eu não sei ::

Porque eu queria ter o meu mundo...
Porque eu não me encaixo em nenhum lugar...
Porque sou uma peça solta no ar...
Porque o que eu conquisto escapa...
... E vejo que não conquistei nada...
Porque a vida eu realmente não entendo...
Porque as coisas se mostram diferentes do que estou vendo...
Porque um dia eu chorei...
Mas ninguém viu...
Porque eu chorei baixinho... Lá no meu cantinho...
Porque lá isso não é defeito... É sentimento...
E é lá que eu quero ficar...
Porque lá posso respirar...
Um ar que vem do céu...
Porque o céu não é o limite...
Porque o limite não há...
Porque nada é impossível...
Só basta saber sonhar...
Porque meu sonho me faz querer...
Porque meu querer me faz alcançar...
Mas porque sempre tem gente dizendo que não vai dar?
Porque em meu canto sou eu quem canto...
Porque não vão me desafinar...
Porque é lá que eu vou ficar...
Porque lá tem um muro anti-invasão...
E se eu morrer...
Foi solidão...

terça-feira, 8 de março de 2011

:: Casa limpa ::

É como aprender a caminhar de novo, mas agora sozinha... 
Sem uma mão segura para agarrar
É como olhar para frente e não ter a mínima ideia de onde ir...
É como olhar para trás e não se reconhecer...
É como olhar para o agora, e não saber se é isso mesmo...
É como contar uma piada e não entender a moral da história...
É como se tivesse um livro para escrever e não conseguir concluir um verso sequer...
E antes que eu me esqueça de quem sou... Me lembro de quem és...
Então tudo pode fazer algum sentido... Ou não...
Mas o que importa?
Já voltamos pra casa...
E agora ela parece bem mais limpa...
E vazia...

quinta-feira, 3 de março de 2011

:: Agora... Nunca... Sempre ::

Não mais me importo tanto
Pois cada momento, sei que passará
Mas não por isso, deixo de viver intensamente
cada alegria e cada dor...
Pois também passará...
Quero guardar em mim
o gosto profundo de cada sentimento,
mas sem me apegar a ele
Quero poder lembrar das emoções,
mas quero senti-las a cada vez
como se jamais a tivesse sentido...
Como uma criança que experimenta
um sorvete pela primeira vez!
Quero o prazer e o deslumbre
de sentir todas as minhas emoções...
Sentir... Viver... E ser todo o sentimento em mim...
Agora... Nunca mais... E para sempre...

quarta-feira, 2 de março de 2011

:: Quanto vale? ::

Quanto vale o pão?
Quanto vale a vida nesse furacão?
Vale o que você precisa
Vale um pedacinho do céu
Vale um tiquinho do chão
Vale seu suor, seu pranto... seu coração
Vale sua alegria
Vale sua fantasia
Seu saber sorrir
E também saber fingir
Então aprenda a rimar
Nas incertezas dos caminhos só nos resta saber inventar
Quanto vale o pão?
Quanto vale a vida nesse furacão?
Vale seu sonho
Vale seu canto
Vale cada despertar
A cada novo dia é uma nova batalha a encarar
Mas quanto vale a vida?
Eis a pergunta que não quer calar...
Vale o preço da ferida
Vale as tantas vidas esquecidas...
Vidas que ninguém se importou
Vidas que se desfizeram sem amor
Vida que nada deixou
Só o clamor, o suplício de uma dor
Quanto vale a vida?
Vale a dignidade
Saber enfrentar a verdade
Passar por cima da maldade
Vale tudo ou vale nada
Vale o gancho de uma granada
Vale meu sonho de criança
Meu verde-esperança
Então, quanto vale a vida?????
Quanto vale esse jogo de bate-e-leva??
Nesse mundo de quem não tem vez
De quem chegou, pega
Quem pegou, leva
Não há moral
Não há certo e errado
Legal ou ilegal
Depende do indicado
A vida vale nossa realidade cruel
Nesse mundo de leis fantasmas
A vida vale pra quem paga

:: Quem escolhe? ::

Cadê minha memória?
Sumiram com os heróis de minha história

Cadê o verde da esperança?
Roubaram meus sonhos de criança
Fugiram com minha herança

Os sonhos que cultivaram para mim
Cadê as rosas e as fitas de cetim?

Plantaram para eu colher
Mandaram-me escolher
Mas a vida escolheu por si
Não me coube decidir

Então penso em quantas vidas
Foram escolhidas
Não era bem assim que as queria
Mas não houve outra opção
Temos que lutar com as armas que temos nas mãos

:: O clichê do Amor ::

O desejo de abraçar o mundo vai além do meu próprio ser
Quero descobrir tudo o que ainda não pude saber
Quero ir a lugares que não vieram até mim
Trilhar o arco íris e descobrir seu fim
Mergulhar o Pacífico e chegar ao Japão
Dançar aquelas danças
Que não se dançam no salão
Falar palavras não usadas
Subir montanhas não escaladas
Tocar o céu
Voar em avião de papel
Conversar com as estrelas do mar
E descobrir que elas podem falar
Contar os grãos de areia
Ouvir os cantos das sereias
Tomar banho de chuva em plena segunda-feira
Dispenso todo o convencional
Faço-me o favor de ser original
Só não abandono o clichê do amor incondicional!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

:: A rua da minha casa ::

Como um suspiro
Único e preciso
Tão rápido e tão sentido
Em uma noite estrelada
Perdi o rumo de casa
Fui parar em rua alheia
E baguncei minha vida inteira
Perdi o tino
E nem tenho a quem culpar
Se transformou em segredo
E está difícil não lembrar
Se atravesso a ponte... Me perco antes mesmo de chegar
São desavisos da vida...
Sonhos que deixei de contar...
Para quem sabe um dia...
Um dia...
Quem sabe...
Eu deixe a vida me levar....................

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

:: ... ::

O paradoxo da vida adulta, o jogo do empurra-empurra. Acabamos engolidos pela rotina e atropelados pelo tempo... ou pela falta dele. Percebi que quanto mais anos eu faço, menos desfruto dos meus dias. Mas não estou sozinha nesta selva (difícil é saber se esta constatação me alivia ou me deprime), junto comigo há mais milhões de adultos na gincana da sobrevivência.

Por mais que haja diversas filosofias de grandes sábios dizendo que devemos levar a vida com mais leveza, vestir o quanto antes o chapéu roxo e dançar na chuva sem se preocupar se há alguém nos observando... Apesar de muito proclamado, isso é pouco seguido.

É que por esses dias minhas palavras andam vagando no vácuo do espaço... Sabe quando a gente fala, fala, fala e é como se ninguém estivesse ouvindo? A rotina me engoliu... os ponteiros do relógio me atropelaram...

E foi assim que eu desenterrei o meu velho caderno... foi assim que eu desenterrei minha velha mania de escrever...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

:: A Batalha ::

Nada...
Tudo...
Tempo...


O meu pior inimigo está dentro de mim...
Na miséria dos meus sentimentos mais culposos...
Pronto... está travada a batalha...
Somos duas... eu boa e eu má...
Os olhos transbordam de ternura e fel...
Mal posso acreditar em verdades tão distintas uma da outra...
A boa chega se derramando de pavor, 
angustiadamente com medo da bandeira branca não ser levantada...
A má... ah, essa chega como uma cobra sorrateira,
seduzindo com o sabor do orgulho, do "ser melhor"...
Criatura estranha... de coração tão grande e sentimentos tão pequenos...
Sangro... por amor e por dor...
Raramente me perco... mas perco de mim mesma...
Sei exatamente onde estou... sou consciente de cada ato (falho) meu..
Mas hoje eu queria me encontrar em um lugar longe daqui...
Criar coragem e me agarrar à "eu boa"...
Mas é preciso coragem...
Eu quero... eu juro que eu quero...


Nada...
Tudo...
Tempo...