terça-feira, 8 de março de 2011

:: Casa limpa ::

É como aprender a caminhar de novo, mas agora sozinha... 
Sem uma mão segura para agarrar
É como olhar para frente e não ter a mínima ideia de onde ir...
É como olhar para trás e não se reconhecer...
É como olhar para o agora, e não saber se é isso mesmo...
É como contar uma piada e não entender a moral da história...
É como se tivesse um livro para escrever e não conseguir concluir um verso sequer...
E antes que eu me esqueça de quem sou... Me lembro de quem és...
Então tudo pode fazer algum sentido... Ou não...
Mas o que importa?
Já voltamos pra casa...
E agora ela parece bem mais limpa...
E vazia...

quinta-feira, 3 de março de 2011

:: Agora... Nunca... Sempre ::

Não mais me importo tanto
Pois cada momento, sei que passará
Mas não por isso, deixo de viver intensamente
cada alegria e cada dor...
Pois também passará...
Quero guardar em mim
o gosto profundo de cada sentimento,
mas sem me apegar a ele
Quero poder lembrar das emoções,
mas quero senti-las a cada vez
como se jamais a tivesse sentido...
Como uma criança que experimenta
um sorvete pela primeira vez!
Quero o prazer e o deslumbre
de sentir todas as minhas emoções...
Sentir... Viver... E ser todo o sentimento em mim...
Agora... Nunca mais... E para sempre...

quarta-feira, 2 de março de 2011

:: Quanto vale? ::

Quanto vale o pão?
Quanto vale a vida nesse furacão?
Vale o que você precisa
Vale um pedacinho do céu
Vale um tiquinho do chão
Vale seu suor, seu pranto... seu coração
Vale sua alegria
Vale sua fantasia
Seu saber sorrir
E também saber fingir
Então aprenda a rimar
Nas incertezas dos caminhos só nos resta saber inventar
Quanto vale o pão?
Quanto vale a vida nesse furacão?
Vale seu sonho
Vale seu canto
Vale cada despertar
A cada novo dia é uma nova batalha a encarar
Mas quanto vale a vida?
Eis a pergunta que não quer calar...
Vale o preço da ferida
Vale as tantas vidas esquecidas...
Vidas que ninguém se importou
Vidas que se desfizeram sem amor
Vida que nada deixou
Só o clamor, o suplício de uma dor
Quanto vale a vida?
Vale a dignidade
Saber enfrentar a verdade
Passar por cima da maldade
Vale tudo ou vale nada
Vale o gancho de uma granada
Vale meu sonho de criança
Meu verde-esperança
Então, quanto vale a vida?????
Quanto vale esse jogo de bate-e-leva??
Nesse mundo de quem não tem vez
De quem chegou, pega
Quem pegou, leva
Não há moral
Não há certo e errado
Legal ou ilegal
Depende do indicado
A vida vale nossa realidade cruel
Nesse mundo de leis fantasmas
A vida vale pra quem paga

:: Quem escolhe? ::

Cadê minha memória?
Sumiram com os heróis de minha história

Cadê o verde da esperança?
Roubaram meus sonhos de criança
Fugiram com minha herança

Os sonhos que cultivaram para mim
Cadê as rosas e as fitas de cetim?

Plantaram para eu colher
Mandaram-me escolher
Mas a vida escolheu por si
Não me coube decidir

Então penso em quantas vidas
Foram escolhidas
Não era bem assim que as queria
Mas não houve outra opção
Temos que lutar com as armas que temos nas mãos

:: O clichê do Amor ::

O desejo de abraçar o mundo vai além do meu próprio ser
Quero descobrir tudo o que ainda não pude saber
Quero ir a lugares que não vieram até mim
Trilhar o arco íris e descobrir seu fim
Mergulhar o Pacífico e chegar ao Japão
Dançar aquelas danças
Que não se dançam no salão
Falar palavras não usadas
Subir montanhas não escaladas
Tocar o céu
Voar em avião de papel
Conversar com as estrelas do mar
E descobrir que elas podem falar
Contar os grãos de areia
Ouvir os cantos das sereias
Tomar banho de chuva em plena segunda-feira
Dispenso todo o convencional
Faço-me o favor de ser original
Só não abandono o clichê do amor incondicional!